sábado, 1 de dezembro de 2012

Greve no funcionalismo.

Sou servidor público. Apesar disso sou contra as greves dos servidores públicos.
Explico.
Vamos entender a greve. Quando uma categoria profissional quer melhorias nas condições de trabalho, ela se organiza e leva suas reivindicações aos empregadores, responsáveis pelo pagamento dos empregados. Se o empregador não atende as reivindicações ou quando não se chega em um acordo em eventual negociaçação, os empregadores param de trabalhar, ou seja, entram em greve.  Qual a consequencia disso? Sem o trabalho dos empregados, a empresa não produz e o empresário começa a ter prejuízo. Ou seja, o empregador depende do empregado para ter lucro. Trata-se de uma arma para o empregado alcançar suas pretensões.
No serviço público, o mecanismo é o mesmo. Porém, as personagens se modificam. Quem manda no empregado, no caso o servidor público, não é o mesmo que lhe paga o salário. Logo, a pressão com a greve não tem o mesmo efeito. O administrador não tem qualquer prejuízo, pois não perde renda ou lucro. Quem perde é sempre o cidadão que continua pagando o salário do empregado, através dos impostos, e ainda fica sem o serviço público. Ou seja, para que a greve tivesse o mesmo efeito no setor público como tem no setor privado, o cidadão deveria ter o direito de parar de pagar seus impostos, enquanto não tem o serviço publico a disposição. Como isso não acontece, a greve do servidor publico deveria ser proibida.
Ai você que é servidor publico pode estar se perguntando: mas como o servidor publico pode reivindicar seus direitos sem greve? Respondo: seguindo o mesmo raciocínio acima. Primeiro, a pressão não pode ser em cima de quem paga o salário (o cidadão) mas em cima de quem tem o poder de aumentar o salário (o presidente, o governador, os deputados, que eu chamo a partir de agora de gestor). Segundo, o "ataque" deve ser em cima do interesse do gestor. Por exemplo, atrapalhando as votações de interesse do governo. O governo quer a copa do mundo. Entao, façamos movimentos para atrapalhar a realizaçao da copa do mundo.
Há de se ter criatividade. O que não pode é atrapalhar de forma direta a vida do cidadão. Quem tem que sofrer a pressão é o gestor.
Por fim, acho que o assunto greve perderia sua importância se fosse criado um plano nacional de remuneração do servidor, no qual quem faz o mesmo serviço ganharia o mesmo salário. Seriam criadas dez ou quinze faixas de remuneração e cada categoria seria enquadrada numa das faixas. Seriam garantidas anualmente as perdas inflacionárias e antes de entrar em vigor, as faixas seriam reajustadas. Os servidores seriam bem remunerados e saberiam que nao poderiam entrar em greve. Se quisessem melhorar sua remuneraçao que fizessem um concurso para uma categoria situada numa faixa remuneratória superior.

Um comentário:

  1. Big Cris, respeito muito sua opinião, principalmente no tocante de quem paga os salários. Realmente quem paga os salários dos servidores é o povo, o mesmo povo que escolhe aquele que tem o poder de escolher o "quantun" deve ser pago ao servidor público.
    Quando o povo escolhe mal seus governantes, sofre as consequências disso, lhes faltam escolas dignas, lhe falta segurança, seu dinheiro é desviado de forma inescrupulosa etc... e entre tantos outros sofrimentos que tem por consequência de suas más escolhas de seus lideres são as mazelas com a greve do servidor público. Sim meu caro Big Cris, o culpado é sim o povo.
    É muito uma solução muito simplória para um sistema muito complexo querer simplesmente punir mais ainda o servidor não permitindo-lhe o direito de greve propondo-lhe no lugar disto ideias utópicas em favor de um povo que não sabe fazer suas encolhas.
    Servidor ou não devemos sim é paticipar mais intensamente na formação politica de nosso pais talvez ideias como esta de um plano nacional de salários deixe de ser utopia e passe a ser uma realidade.

    Márcio

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