Sou servidor público. Apesar disso sou contra as greves dos servidores públicos.
Explico.
Vamos entender a greve. Quando uma categoria profissional quer melhorias nas condições de trabalho, ela se organiza e leva suas reivindicações aos empregadores, responsáveis pelo pagamento dos empregados. Se o empregador não atende as reivindicações ou quando não se chega em um acordo em eventual negociaçação, os empregadores param de trabalhar, ou seja, entram em greve. Qual a consequencia disso? Sem o trabalho dos empregados, a empresa não produz e o empresário começa a ter prejuízo. Ou seja, o empregador depende do empregado para ter lucro. Trata-se de uma arma para o empregado alcançar suas pretensões.
No serviço público, o mecanismo é o mesmo. Porém, as personagens se modificam. Quem manda no empregado, no caso o servidor público, não é o mesmo que lhe paga o salário. Logo, a pressão com a greve não tem o mesmo efeito. O administrador não tem qualquer prejuízo, pois não perde renda ou lucro. Quem perde é sempre o cidadão que continua pagando o salário do empregado, através dos impostos, e ainda fica sem o serviço público. Ou seja, para que a greve tivesse o mesmo efeito no setor público como tem no setor privado, o cidadão deveria ter o direito de parar de pagar seus impostos, enquanto não tem o serviço publico a disposição. Como isso não acontece, a greve do servidor publico deveria ser proibida.
Ai você que é servidor publico pode estar se perguntando: mas como o servidor publico pode reivindicar seus direitos sem greve? Respondo: seguindo o mesmo raciocínio acima. Primeiro, a pressão não pode ser em cima de quem paga o salário (o cidadão) mas em cima de quem tem o poder de aumentar o salário (o presidente, o governador, os deputados, que eu chamo a partir de agora de gestor). Segundo, o "ataque" deve ser em cima do interesse do gestor. Por exemplo, atrapalhando as votações de interesse do governo. O governo quer a copa do mundo. Entao, façamos movimentos para atrapalhar a realizaçao da copa do mundo.
Há de se ter criatividade. O que não pode é atrapalhar de forma direta a vida do cidadão. Quem tem que sofrer a pressão é o gestor.
Por fim, acho que o assunto greve perderia sua importância se fosse criado um plano nacional de remuneração do servidor, no qual quem faz o mesmo serviço ganharia o mesmo salário. Seriam criadas dez ou quinze faixas de remuneração e cada categoria seria enquadrada numa das faixas. Seriam garantidas anualmente as perdas inflacionárias e antes de entrar em vigor, as faixas seriam reajustadas. Os servidores seriam bem remunerados e saberiam que nao poderiam entrar em greve. Se quisessem melhorar sua remuneraçao que fizessem um concurso para uma categoria situada numa faixa remuneratória superior.
Big Cris, respeito muito sua opinião, principalmente no tocante de quem paga os salários. Realmente quem paga os salários dos servidores é o povo, o mesmo povo que escolhe aquele que tem o poder de escolher o "quantun" deve ser pago ao servidor público.
ResponderExcluirQuando o povo escolhe mal seus governantes, sofre as consequências disso, lhes faltam escolas dignas, lhe falta segurança, seu dinheiro é desviado de forma inescrupulosa etc... e entre tantos outros sofrimentos que tem por consequência de suas más escolhas de seus lideres são as mazelas com a greve do servidor público. Sim meu caro Big Cris, o culpado é sim o povo.
É muito uma solução muito simplória para um sistema muito complexo querer simplesmente punir mais ainda o servidor não permitindo-lhe o direito de greve propondo-lhe no lugar disto ideias utópicas em favor de um povo que não sabe fazer suas encolhas.
Servidor ou não devemos sim é paticipar mais intensamente na formação politica de nosso pais talvez ideias como esta de um plano nacional de salários deixe de ser utopia e passe a ser uma realidade.
Márcio