segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Engraçado (?) e Perigoso (!)

Há tempos, diversos programas da TV e da rádio incluem nas suas programações humorísticas blocos com as famosas “pegadinhas”, simulando situações que colocam as pessoas em apuros. Abusando da criatividade, os diretores dos programas e roteiristas criam ambientes realísticos que envolvem populares que, acreditando estarem realmente envolvidos na trama, se tornam alvo de brincadeiras de gosto duvidoso e sustos de toda ordem.
E não há dúvida: tal estratégia é certeira e rende muito IBOPE aos idealizadores e por conseqüência muito dinheiro aos acionistas e empresários envolvidos, à custa do riso fácil dos espectadores.
Rir dos outros e de suas desgraças é muito fácil...
Agora, se colocar no lugar do próximo ninguém quer.
E no dia que alguém morrer do coração ou se machucar numa tentativa de escapar de uma suposta situação de risco? Alguém vai rir? Será que os animadores da TV e da rádio vão mostrar a “tragédia” ou vão apenas pagar indenizações às vitimas sem qualquer alarde?
Os meios de comunicação envolvem vultosos valores em suas programações, perseguindo a lucro custe o que custar. Mesmo que seja a honra ou a paz interior do próximo.
Vale a reflexão. Nenhuma pessoa pode ser submetida a essas situações. Nada justifica a humilhação na qual as pessoas são submetidas nessas pegadinhas.
Não vou ser hipócrita. Já ri várias vezes dessas “brincadeiras”. Mas pensando melhor, aliás, pensando, concluo que ninguém é melhor do que ninguém, de tal modo que ninguém pode ser submetido a uma situação na qual eu não gostaria de estar envolvido.
Cabe ao próprio espectador avaliar essa questão e mudar os seus programas. Quando aqueles que se acham engraçadinhos não tiverem mais platéia, certamente irão para um caminho mais inteligente.
Espero que em breve programas como “Pânico na TV” e congêneres caiam nas desgraças do público e sejam sumariamente extintos.
As pessoas envolvidas são muito criativas e podem ocupar a grade com algo realmente bem humorado, sem colocar as pessoas em situações perigosas.
Em prol da humanidade e de seus valores.

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