sábado, 17 de novembro de 2012

Teatro dos Vampiros

Se tem uma coisa que pode definir a minha geração, aquela que nasceu por volta de 1972, essa coisa é a televisão. Diferente do que falou Renato Russo, batizando-nos de geração coca-cola, vivi e vi muita televisão na minha vida. Coca-cola, para nós que somos pelo menos 10 anos mais novos que o líder da Legião Urbana, era item de luxo. Imagino pros mais velhos! Lembro que aos domingos tínhamos nossa reunião de família regada a muita ..... melancia! a coca-cola era uma (apenas uma) de um litro, aquela da garrafa de vidro que de vez em quando explodia, que era distribuída entre todos os familiares. Para as crianças devia sobrar algo em torno de 80 a 100 ml.
Não podemos portanto ser taxados de uma coisa que foi tão rara nas nossas vidas. Nas nossas festas de vez em quando aparecia coca, mas a maioria das bebidas era guaraná, crush e pepsi. É certo que com o passar dos tempos passamos a consumir mais da maravilhosa bebida gasosa americana, mas já com a concorrência daquela outra que nos acompanha até hoje, a nossa querida cerveja.
Televisão, não. Nós consumíamos muito. Todos os dias. De manhã, de tarde, de noite, de madrugada. Se eu tivesse tomado tanta coca como assisti televisão hoje eu seria diabético ou teria uns 150kg (apesar de não estar muito longe disso. Não coloque a culpa na cerveja! Ela é inocente!!!)
Na minha infância/pré-adolescência, havia 6 canais de televisão. Nacional, bandeirantes, manchete, capital, Globo e TVS. Tirando a Globo, que já não era essas coisas, as outras eram uma porcaria. Mas havia exceções. Na Nacional passavam uns desenhos alternativos interessantes. No canal 4 (ou seria no canal 6) meus amigos gostavam daqueles personagens japoneses, que eu nunca gostei pois eram muito fantasiosos: ultraman, spectroman etc... Na TVS, que depois virou SBT, tinha o domingo no parque, que era um sonho das crianças, especialmente entrar naquele foguete e ganhar aquele monte de brinquedos (só que eu ficava puto pois aqueles moleques burros insistiam em trocar uma bicicleta por um ioiô). Ainda havia a disputa entre os times de futebol, onde o meu Botafogo sempre enfrentava o Santos do meu primo (é verdade, já existiam santistas naquela época).
Naquela época nós brincávamos na rua. Mas de vez em quando queríamos ficar em casa e o que nós fazíamos? Víamos televisão!
Os que vieram antes de nós, talvez não tenham visto tanta TV pois o aparelho era muito caro e não havia tantos programas assim. Os que vieram depois foram beneficiados por novas tecnologias, como vídeo game, computador etc. Nós não, apesar de ter pegado os primeiros games, como telejogo, atari, odissey, nossa principal diversão era a telinha. Todo mundo tinha em casa.
Renato Russo que me perdoe. Meus amigos que me perdoem. Queiram aceitar ou não, mas a verdade é que nós somos da GERAÇÃO REDE GLOBO! GERAÇÃO REDE GLOBO!

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