quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Frio

Na escuridão o silêncio é predominante. O fim do sono é inversamente proporcional à quantidade de pensamentos. Até que você acorda e para de pensar. E a escuridão acaba. E o silêncio também. Por que tem que ser assim? A resposta é evidente. Mas o que será que aconteceu enquanto eu dormia. Ligo o tablet para conferir e vejo que nada mudou. Ou seja, a escuridão paralisa o mundo. Ou seria o silêncio? E se eu der um grito? Um grito certamente mudaria o cenário. Mas iam me tachar de louco. Mas não é loucura também escrever enquanto tá tudo escuro (e silencioso)?
Ligo a TV. Mas sou obrigado a baixar o volume. Primeiro, porque o silêncio exige. Segundo, porque a escuridão obriga. Mesmo assim, a TV desafia o silêncio, a escuridão e o marasmo.
O frio da escuridão e do silêncio me obrigam a pegar um cobertor. Seria o frio maior que seus companheiros? Tenho que começar de novo.
Enquanto o frio predomina, a escuridão e o silêncio namoram. O fim do frio é inversamente proporcional a quantidade de luz. E de som. Até que você acorda e corre prá pegar um cobertor. Enquanto anda, o silêncio é desafiado pelo som dos passos, que mesmo sem chinelo, ecoam pelo corredor. A escuridão não impede que eu faça nada pois eu sei aonde deixei o cobertor. Mas desafiar a falta de luz pode ser perigoso. Basta um tropeço par que o silêncio fuja e todos acordem.
Cada vez tenho menos dúvida. Não existe escuridão sem silêncio. Nem silêncio com luz.

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